A resiliência humana diante de um risco para a saúde pública e uma catástrofe econômica não significa que as pessoas não tenham passado por dificuldades ou angústias.
A dor, a tristeza e a incerteza do que nos espera foram denominadores comuns. Estas adversidades em suas vidas levaram as pessoas a adotar uma atitude resiliente que permitiu realizar planos realistas e tomar decisões complexas.
A explosão de dinâmicas inovadoras e de conhecimento tecnológico face a tal desafio tem sido extraordinária. A ciência trouxe novas vacinas em tempo recorde, com a tecnologia inovadora abrindo novos caminhos para a saúde. A tecnologia de recombinação de DNA nos imunizantes desenvolvida pela Pfizer em colaboração com a BioNTech e a Moderna é claramente a mais inovadora.
A resiliência humana é, sem dúvida, o que podemos levar do ano
No contexto dos mercados financeiros, estamos convencidos de que as emoções, sentimentos e fatores culturais intrínsecos a cada sociedade e geração influenciaram os preços dos ativos financeiros nos mercados ao longo de toda a pandemia, conduzindo a uma distorção entre os preços nos mercados e a economia real.
As emoções dominaram os mercados, que assistiram a três fases. A primeira foi a do pânico que provocou o colapso do mercado do petróleo no ano passado, quando o preço do barril de petróleo atingiu valores negativos devido aos custos de armazenagem disparados. Isto resultou numa distorção dos preços em abril de 2020. Assim que as pessoas adquiriram informações e compilaram estratégias para lidar com a pandemia, os preços do petróleo se estabilizaram em cerca de US$ 30 por barril na primeira fase. À medida que se revelaram mais certezas quanto à forma de lidar com a pandemia e de manter a economia funcionando com restrições de distanciamento social, os preços do petróleo voltaram aos níveis de pré-pandemia em cerca de US$ 60. Acima de tudo, o movimento inicial nos preços do petróleo foi a ação emocional do pânico.
Os mercados recuperaram rapidamente de um lado a confiança graças à chegada de vacinas, e de outro lado os poderes dos bancos centrais e políticos, o que deu a entender aos mercados que eles estavam prontos para resistir aos desastres econômicos e sociais.
Após medo e pânico, a ganância parece estar conquistando os mercados financeiros, um sinal da história se repetindo.
A correção de preços demonstrada entre março e maio de 2020 atraiu muitos investidores novos para os mercados. Além disso, a redução do custo do dinheiro (taxas de juros foram para zero) funcionou como uma catapulta nos mercados de ações e títulos. Em mercados menos líquidos do que as criptomoedas, essa dinâmica foi mais agressiva e acentuada. Por exemplo, no caso da Tesla, a questão a saber é se os novos acionistas estão ou não pagando um prêmio muito alto em relação às expectativas de venda de veículos elétricos para a empresa.
Alta volatilidade significa alta incerteza nos mercados
A volatilidade continua muito elevada. O Índice Volatilidade do Nasdaq 100, que era de 15 pontos em março de 2019, aumentou para 45 pontos no início da pandemia. Hoje, é negociado em 30 pontos. Se analisarmos os primeiros dias de março de 2020, veremos uma redução de 9,48% na terça-feira, um aumento de 12,5% no dia anterior, e uma queda de 10,44% na sexta-feira antes disso. Em março de 2021, o Nasdaq 100 está assistindo a um efeito de ioiô, embora as suas alterações este mês sejam de apenas -0,89%.
Isso quer dizer que os investidores estão assumindo posições de curto prazo com um volume de negócios elevado, apesar da alta volatilidade. O mercado está em uma tendência lateral principalmente, aguardando um novo evento ou confirmação.
Taxas de juros e emissão de novos títulos do Tesouro
As taxas de juros nos títulos do Tesouro dos EUA geralmente nos dão pistas do que está por vir. O Tesouro começou a vender títulos esta semana, um sinal da primeira luta significativa que o Tesouro enfrenta para financiar o pacote de estímulos de US$ 1,9 trilhões recentemente aprovado pelo Congresso.
O índice CSI 300 corrige por quatro dias
Na China, sinais de que o governo pode reduzir o ritmo do estímulo monetário e fiscal levaram o mercado a corrigir nos últimos quatro dias, devido, em primeiro lugar, ao rápido aumento da dívida das empresas naquele país. Isto indica que a desalavancagem da economia deve ser uma das prioridades do ano.
A OCDE analisa a previsão de crescimento global
Com otimismo em relação aos programas de vacinação, a aprovação do pacote de incentivos nos Estados Unidos e a possível retomada da atividade econômica a nível mundial, a OCDE revisou as suas previsões de crescimento de 4,2% em novembro de 2020 para 5,6% em 2021.
O que vem a seguir?
Algumas incertezas nos mercados financeiros ainda estão por vir. Por um lado, nós acabamos de começar a reabertura da economia a nível global. No entanto, os mercados financeiros continuam assistindo a uma elevada volatilidade, o que aumenta os riscos de investimento.
A emissão de contas do Tesouro e a pressão inflacionária sobre as economias, combinada com mercados de ações e títulos próximos a altas, são certamente determinantes para saber se a tendência ascendente continua ou se começa uma correção.
Aqui está uma maneira de se posicionar. Para posições de curto prazo, reduza a exposição para reduzir o risco. Uma vez que os fundamentos são distorcidos, adote essencialmente uma estratégia técnica com preferência por posições em ativos líquidos, como índices e ações com grande captalização. Além disso, esteja emocionalmente preparado para qualquer movimento súbito nos mercados ser uma correção ou um rally.
Os investidores devem prestar atenção aos dados sobre inflação e ao desenrolar das taxas de juro sobre os títulos do Tesouro dos EUA, porque estes irão ditar a tendência a curto prazo.
As ferramentas de análise técnica da Libertex existem para complementar essa estratégia de curto prazo.