Os últimos anos foram bastante duros para grande parte do mundo, e no centro de severa insegurança geopolítica e preços astronómicos dos combustíveis, a Europa foi sem dúvida a região mais afetada. E agora, após um começo desastroso em 2023, a economia europeia começa a exibir sintomas preocupantes de abrandamento na produção, comparativamente ao seu homólogo americano. Consequentemente, o euro e a libra esterlina encontram-se numa posição precária face ao dólar americano, considerando os resultados mais positivos na economia dos EUA, com um mercado laboral forte, um nível saudável de produção e um PMI robusto nos seus serviços. Embora o verão tenha oferecido tréguas ao Velho Continente, carente de combustível, o inverno chegará em breve e a insegurança no setor energético irá certamente reemergir, colocando novamente a economia europeia em apuros.
Viver na América
Em gritante contraste com a Europa, os EUA têm vindo a melhorar gradualmente nos últimos 12-18 meses, como resultado da combinação de políticas da Reserva Federal e um aumento do comércio global de recursos energéticos, que ajudou a maior economia do mundo a emergir do caos de 2022, cortando a inflação de forma estável para níveis mais aceitáveis, aumentando em simultâneo o número de trabalhos não agrícolas. Existe esperança para que a recuperação continue lentamente, mas de forma estável, e que seja possível empurrar a inflação para os seus níveis alvo.
Como referido pelos analistas do HSBC, os dados referentes aos EUA suportam em grande medida este cenário de "conto de fadas", o que significa que o lento decréscimo do USD poderia prolongar-se, especialmente se observarmos dados menos desanimadores nas restantes economias mundiais. Pode parecer completamente incoerente, mas um dólar mais fraco é exatamente o que a economia dos EUA necessita neste momento. Regressando aos dias da paridade do EUR/USD no terceiro trimestre de 2022, as importações dos EUA tornaram-se estupidamente dispendiosas para a Europa. No entanto, a níveis mais razoáveis de 1,10 ou acima, a importação de gás e outros recursos dos EUA torna-se bastante mais atrativa. No entanto, após a última subida de 0,25% nas taxas de juro, imposta pela Reserva Federal, a probabilidade de observarmos um aumento até aos 1,15 torna-se cada vez mais distante. Após a decisão da entidade reguladora dos EUA, o greenback ganhou força perante a maioria das principais moedas estrangeiras.
O que dizer do euro?
Todos estamos a par dos vários problemas existentes na Europa. Para além da instabilidade geopolítica e uma persistente crise energética, o crescimento do emprego e da produção também sucumbiu a tendências negativas de longo prazo. Na mesma proporção em que o dólar continua a ganhar terreno, parece que o euro não abandona a sua trajetória descendente. Não foi há muito tempo — em novembro de 2022, na verdade — que o EUR/USD alcançou a paridade. A possibilidade de recuarmos na mesma direção aumenta a cada dia, sendo algo indesejável de momento, tanto para a UE como para os EUA, considerando que o Velho Continente pode ser obrigado a importar gás natural americano.
Após atingir um ponto alto local de 1,12 em meados de julho, o EUR/USD voltou a cair para os 1,10. Infelizmente, o BCE continua a ser pressionado para reduzir as suas taxas de juro e estimular a atividade económica. Mas isso simplesmente não é possível sem afundar a sua moeda única. Por essa razão, vários analistas preveem um período longo de enfraquecimento para o euro. Numa declaração recente, o Danske Bank afirmou que a força relativa da economia dos EUA irá pesar sobre o par EUR/USD nos próximos meses, prevendo uma cotação de 1,06/1,03 nos próximos 6-12 meses. Adicionalmente, não se trata apenas de uma tendência geral, mas sim de um problema especificamente centrado no euro. Durante o mesmo período em que o euro perdeu 1,8% contra o dólar, a libra esterlina apresentou uma valorização de 2,5%.
O Japão contraria a tendência
Como já mencionámos, o dólar americano conseguiu fortalecer-se contra várias das moedas principais do mundo após a Reserva Federal ter anunciado a sua antecipada subida nas taxas de juro, mas o Japão conseguiu contrariar notavelmente a tendência. Tudo se resume aos comentários pós-conferência do Banco do Japão (BoJ), nos quais declarou a permissão de "maior flexibilidade" nos seus rendimentos de obrigações do estado a 10 anos.
Isto provocou imediatamente uma subida de 0,575% nas obrigações a 10 anos, pela primeira vez desde 2014, e uma queda moderada no USD/JPY para 139,54. Pode não parecer muito para a maioria dos ocidentais, mas no atual contexto negro que envolve as taxas de juro, é uma notícia bastante importante. Enquanto o BoJ continua a combater para alcançar uma inflação de 2%, podemos antecipar a estabilidade contínua do yen. É verdade que as taxas de juro extremamente baixas no Japão podem tornar o yen vulnerável à venda, sendo preocupante, mas nada de novo, e — como vimos esta semana — não impediu o yen de ganhar algum terreno sobre a principal concorrência. Não podemos esquecer que o yen também é um dos ativos de refúgio mais procurados e, durante este período de incerteza global, isso poderá certamente despertar interesse pela moeda asiática.
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